quinta-feira, 5 de maio de 2016

Mudanças (quase) sempre desagradam

Nós, seres humanos, somos um tanto contraditórios. Se, por um lado, reclamamos de diversos aspectos de nossa vida e temos o desejo de ver as coisas melhores, por outro lado torcemos o nariz quando mudanças são finalmente apresentadas. Ou seja, aparentemente não estamos satisfeito com a atual realidade, mas também somos resistentes a mudar. 

Sempre que se faz preciso mudar algo em nossas vidas (seja de roupeiro ou de cidade), é necessário desarrumar, parar para pensar, sair da rotina, adaptar-se com o novo. Nem sempre a mudança traz resultados positivos. Nem sempre nos adaptamos a ela. Mas em diversos casos ela vem para o melhor. Porém, é inevitável nos incomodarmos com ela no começo.

Talvez a maior das dificuldades esteja em aceitar as necessárias mudanças. Temos a tendência a nos colocar em uma zona de conforto, por mais dolorido que esse conforto seja. Assim, permanecemos no mesmo emprego, no mesmo bairro, no mesmo casamento, temendo os efeitos de uma possível mudança, a insegurança de viver o novo. Nós, humanos, somos orgulhosos e odiamos viver momentos de fragilidade e de vulnerabilidade. Mudar nos coloca em uma situação na qual precisamos engolir esse orgulho e superar o desconhecido. E nem todos estão preparados para mudanças em sua vida. Aí vai minha primeira provocação deste texto: você aí, que deseja tanto que as coisas mudem em sua vida, será que está preparado para o momento em que elas começarem a mudar? Será que você está preparado de fato para mudar? Ou há uma voz gritando em seu interior a implorar que você nunca mude nada? Infelizmente, muita gente não consegue conquistar seus desejos. E não é por medo de pessoas, medo de situações ou medo de não ter forças ou condições. É por puro medo de mudar. 

Há um outro viés nessa questão da mudança: o que fazer quando o outro muda? Quando se trata de pessoas, deve-se considerar que elas estão sempre mudando, umas sem perceber enquanto outras mudam radicalmente de um dia pro outro. A mudança delas nos incomoda? Óbvio que sim. Pensamos até mesmo que a pessoa é infiel, não cumpriu seus próprios sonhos e não quis seguir seu próprio caminho. Nem sempre damos a chance de uma pessoa que está próxima seguir seu caminho, buscar sua felicidade e viver as mudanças em sua vida. Nos encolhemos, passamos a julgar os outros pelo simples fato de não serem mais como antes. Criticamos aqueles valores que mudaram e se afastaram dos nossos, nos revoltamos com o afastamento de alguns, fazemos até fofocas e, em alguns casos, sabotamos o outro e o fazemos se sentir culpado. Não damos ao outro o direito à mudança, e isso tem um motivo muito específico: temos medo da mudança. Temos medo de mudar. Temos medo de que as coisas mudem, E tememos muito quando outra pessoa mudou. Pois quando alguém muda, lá no fundo tememos ter ficado para trás, já não temos certeza de que nossos valores estão corretos. Até por que, nos aproximamos de pessoas que vão "afirmar" nosso jeito de ser, como se estivéssemos sendo "aprovados" pelo outro. Quando o outro já não nos aprova tanto assim, surge a dor. E nem todo mundo age de forma ética quando essa dor bate. 

Por que escrevo tudo isso? Por um motivo simples: tudo muda o tempo todo, e não há nada que possamos fazer a respeito disso, No máximo, podemos diferenciar a maneira como reagimos às mudanças e podemos influenciar em nossas próprias mudanças. Em lugar de temer o futuro e blasfemar o presente, que tal se conseguíssemos aproveitar o presente como a melhor fase de nossas vidas e saber que logo logo ele vai acabar? E que logo em frente passaremos por mudanças, que essas mudanças vão "doer" mas ficaremos ainda melhores? Tendo essa noção, é possível sermos muito mais fortes diante das mudanças e assim conseguimos nos abrir para que o Universo todo aja a favor de mudanças positivas em nós. E quando o outro mudar, que saibamos, acima de tudo, ACEITAR. E, se for o desejo do outro, deixemos que siga seu caminho. Caso exista a possibilidade de continuar lado a lado, tentemos compreender sem sair julgando, afinal num futuro não muito distante nós mesmos poderemos ser levados pela vida ao mesmo caminho. Em nenhum momento devemos difamar, falar mal, julgar, diminuir ou torcer contra as mudanças de vida dos outros. Devemos fazer nossa parte para que também em nós a roda da mudança comece a girar. 

Perceba você que, muito mais do que AGIR, é necessário ACEITAR. Diante das mudanças, aceite-as. Vibre com elas, tente crescer com elas. Aceite com paz no coração que nada é para sempre e nunca mais seja pego desprevenido pela vida. Seja sempre positivamente positivo e a vida irá conspirar a seu favor. E, por gentileza, jamais interrompa o fluxo da mudança. Ele é natural e universal. Sempre que tentar bloquear suas mudanças, estará a prejudicar (e muito) a si mesmo. 

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