quarta-feira, 25 de maio de 2011

O grande problema da humanidade

Uma visão pessimista do mundo diria que ele está perdido. Cansamos de ver pelos meios de comunicação todo o tipo de injustiça ocorrer mundo afora, como assassinatos, guerras, miséria, corrupção e tantos outros males que parecem apenas aumentar de proporção. Enquanto isso, ao voltarmos para nosso próprio interior, constatamos uma rotina conturbada pelo stress do trânsito, pelas brigas de família, pelos problemas do local de trabalho e inúmeros outros tipos de adversidade. Mas existe a possibilidade de sintetizar todos os problemas e males que vemos e vivemos num único problema: a falha de relacionamento entre os seres humanos.

Todas as nossas atitudes são governadas pela nossa própria noção de julgamento de valores, fazemos tudo aquilo que acreditamos ser correto, justo e bom. Nossas diferenças acabam por criar conflitos diante disso, pois a vontade de um prejudica a vida de outro. Todas as nossas atitudes, por menores que sejam, causarão no mundo todo uma série de boas e más reações, simultaneamente somos amados e odiados por tudo o que representamos. É aí que se originam as maiores falhas, que podem comprometer inúmeras vidas. Lamentavelmente o ser humano não consegue se desprender de si mesmo, tem essa necessidade de fazer a sua verdade prevalecer sobre a dos demais, não consegue se colocar ao lado do próximo e adora emitir julgamentos, como se fosse dono da verdade, como se existisse verdade e ela fosse unicamente sua. Considera a Terra como uma luta constante pela qual se espera ser um dia vencedor passando na frente de todo mundo, ser maior e mais excepcional que todos os outros. E o critério que serve de régua para medir todas as pessoas é tão somente o dinheiro e os bens materiais que elas portam consigo. Essa luta entre egos é notada dentro de cada instituição social a qual fizemos parte, começando da família, passando pela empresa, local de estudo, igrejas até abranger o país e o mundo inteiro.

O homem precisava ter a noção de que não sabe de nada, que precisa de todos os outros para se manter vivo, que sua individualidade e seu ego não representam nada diante de um Universo muito maior e que somos todos um entrelaçado invisível de almas que precisam umas das outras e que no fundo buscam exatamente a mesma coisa. Mas o ego não permite ouvir, permite apenas falar.

Justamente por esse motivo entra a questão da falha dos relacionamentos e de comunicação entre os homens como motivo fundamental para haverem discórdias no sentido geral, seja dentro de um país em guerra, passando por uma empresa em crise até uma família desestruturada.. Se o ser humano soubesse se desprender de si mesmo, soubesse escutar o próximo e ao menos tentar compreender suas razões, minimizaríamos todas as formas de violência, deitaríamos por terra os preconceitos, faríamos com que confiássemos no próximo e o amássemos mais, viveríamos o que realmente é importante. Muitas pessoas se suicidaram por que não tiveram alguém que pudesse ouvir suas lamúrias.Muitas empresas fecharam suas portas por jamais terem sequer ouvido seus funcionários. Muitos afortunados financeiramente jamais souberam o que era uma boa e sincera conversa, jamais souberam demonstrar suas angústias ou tiveram a quem recorrer para falarem de si mesmos. Ninguém está preocupado com o que se passa nas vidas que estão ao seu redor, vivemos na era do "salve-se quem puder", crendo firmemente que devemos suprir nossas necessidades por nós mesmos. E é graças a atitudes como essa que tornamos o mundo um local mais insalubre. 

Mas não, sozinhos não não conseguimos nada, sozinhos nós não somos nada e nada tem sentido quando estamos sozinhos. E isso em nada tem a ver com solidão, que é o estado de espírito. Enquanto carregarmos dentro de nós essa individualidade besta e essa história de que precisamos cuidar de nós mesmos, teremos feridas que nunca serão curadas, teremos brilhantes talentos que ninguém conhecerá, teremos grandes angústias que nos queimarão por dentro, que talvez se desfizessem diante de um simples desabafo. E, afinal, por que há tanta gente desempregada se há tantos procurando pessoas para trabalhar? Por que tantas pessoas estão desabrigadas enquanto há outras que quanto outros tantos jogam comida fora? Por que alguém maltrata outra pessoa se ela é igualmente um ser humano? Por que tantas pessoas sofrem dores que parecem incuráveis se há tantas outras que saberiam curá-las com facilidade? Tudo com a única razão de que o ser humano não se comunica, ele não ouve quem está ao seu redor, não se preocupa com o que acontece á sua volta desde que não atinja seu umbigo, e seu orgulho também não o deixa se manifestar quando precisa realmente de ajuda, a sociedade atual exige que usemos máscaras para mostrar a todo momento que estamos bem. Aliás, a superficialidade atual é algo extremamente duro, pois nos faz desacreditar que ainda existam pessoas preocupadas com os sentimentos e com a consciência, é preciso mostrar e enganar a todos mostrando estar sempre bem e feliz, e existe até um sentimento de culpa quando nos deixamos levar pelo que realmente estamos sentindo. Muita gente deixou até mesmo de sentir. Tudo pelo mesmo motivo, os problemas que o ser humano carregam derivam da falha (geralmente FALTA) de comunicação.

Sonho com o grandioso dia em que o ser humano possa usufruir dessa brilhante capacidade de se comunicar que possui, essa mesma capacidade que faz dele um animal racional. Dessa forma, ele estará muito mais próximo de tornar o mundo um lugar melhor para todos. Para tanto, é fundamental que cada um de nós faça a nossa parte, a fim de utilizar nosso potencial em busca de uma melhoria contínua do ambiente onde vivemos, seja ele nossa casa, faculdade, trabalho ou outros. Temos diversas fraquezas, mas temos também potenciais que farão a diferença para alguém, e esse potencial não pode ser guardado ou preservado, pois é inevitável percebê-lo e colocá-lo em prática.objetivos e fortalecer ainda mais a nós mesmos, sem deixar fazer o possível para que o próximo também atinja os seus, sem esse sentimento de competição entre uns e outros, pois no final de todas as contas, o que todos nós queremos é uma vida plena e feliz. Por mais utópico que pareça, o simples hábito de se expor melhor e ouvir mais o que o outro tem a dizer pode operar verdadeiros milagres. Por esse motivo vale a pena tentar, começando, é claro, por nós mesmos.

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